Ecos de um Amor que Não se Acaba: Fé, Sonhos e Missão de Alma
Era uma missa tranquila, cheia de cantos suaves e orações. O silêncio respeitoso preenchia a igreja. No meio das pessoas, Carlos, um homem já com certa idade e muitos anos vividos, viu uma jovem sentada com um bebê no colo. Ao lado dela, um homem mais novo olhava com carinho para os dois.
Carlos sentiu algo estranho, como se conhecesse aquela moça de algum lugar. Era uma sensação forte, uma lembrança do coração, mesmo que ele fosse bem mais velho do que ela.
A missa terminou, cada um foi para sua casa, mas aquela imagem não saiu da cabeça de Carlos. À noite, quando dormiu, ele sonhou com a jovem. Queria entender por que aquela presença mexeu tanto com ele.
No sonho, ele encontrou Helena, como se estivessem em outro mundo, um lugar de paz. Ela estava com o espírito do marido, o mesmo homem que estava com ela na igreja. Carlos, em espírito, chegou devagar. Helena olhou para ele com ternura e falou:
— Carlos, eu e meu guia espiritual decidimos que não voltaríamos a esta vida juntos. Em outras vidas, você e eu já fomos muito felizes. Vivemos um amor intenso e verdadeiro.
Depois, olhando para o espírito ao seu lado, ela explicou:
— Mas hoje minha missão é cuidar deste espírito aqui, o do meu marido atual. Numa vida passada, ele sofreu muito por minha causa e acabou tirando a própria vida. Depois disso, o espírito dele sofreu bastante, ficou perdido. Então me pediram para vir com ele nesta vida, para ajudá-lo a se recuperar, a encontrar o caminho da luz.
— Por isso, quando você voltou à Terra, eu não vim com você. Já tínhamos vivido nossa felicidade. Agora, minha missão é outra: ajudá-lo a se curar, com amor e paciência.
Carlos entendeu tudo. Sentiu no coração uma mistura de tristeza e paz. A escolha de Helena era cheia de amor — um amor diferente, que pensava mais no outro do que em si mesma.
Quando acordaram, cada um voltou à sua vida. Carlos, com a sabedoria que aquela visita em sonho lhe trouxe. E Helena, firme no seu papel de apoio e amor.
Eles seguiram caminhos diferentes, mas a ligação entre suas almas ficou viva — como uma música suave que o tempo nunca apaga.